© Jónatas Luzia

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OS PONTOS NEGROS

20 ANOS

Sobre a data de início deste século decorrem duas sinalizações distintas. A começar, uma ideia desinteressada, de pensamento plebeu, que julga termos entrado no séc. XXI assim que soaram as primeiras badaladas do ano 2000. A segunda ideia, teórica e correcta, aponta o início para 1 de Janeiro de 2001. Há, contudo, uma área específica em que ambas as correntes são faltosas para identificar inícios: foi só em 2005 que o século começou na música portuguesa.Vem este introito a propósito dos 20 anos d’Os Pontos Negros, e vem isento de irreflexões ou exageros. Não ignora a importância dos fenómenos musicais que precederam e favoreceram a estreia da banda de Queluz. Mas, ou esses fenómenos eram ecos do século passado, ou eram o contínuo encher de peitos com novos ares - a precisar dum sopro público e contundente. Nessa pré-história do século, rumou-se em frente de volta ao rock, em frente de volta ao português. Carregou-se e engatilhou-se o revólver. Os Pontos deram o tiro de partida.Durante o reinado duma mão cheia de discos e EP, a banda da Linha de Sintra excedeu na geolocalização variaçónica: entre Nova Iorque (ainda mais nova-iorquina) e Queluz, mas com escala no Sudeste africano. Favoreceu as contusões e sudações do rock garageiro, deu-se ao saracoteio dançável duma pop jovial. Balanceou (na “Língua de Camões e Reininho”) os amores adolescentes e as eternidades sérias, fogo-fátuo e fogo-fé. Mas, já que o século iniciado em 2005 ainda vigora, é hora de fechar os pretéritos perfeitos. Os Pontos Negros estão de volta aos concertos. Com o peito cheio de novos ares vêm, publica e contundentemente, soprar 20 velas.

Samuel Úria, 2025





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